segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O que é a Hiperactividade???

A Desordem de Hiperactividade e Deficit de Atenção continua, actualmente, a ser a desordem mais controversa relativamente à melhor forma de lidar e à sua natureza.

Além da PHDA constituir a razão mais frequente de doença mental clínica nas crianças (Dulcan, 1997), ela é também identificada como sendo um problema psicossocial na infância no contexto de cuidados primários.

As crianças com PHDA caracterizam-se por ter reacções demasiado emocionais, dificuldades em estarem paradas, pouca empatia com a perspectiva dos outros, etc. Considera-se que algumas dessas características devem-se à deficiência do regulamento do comportamento da criança no que se refere a normas e regras, que é também uma característica patente nestas crianças, a incapacidade em aceitar regras e respeitar instruções. De forma clara, estas características têm um impacto profundo no funcionamento social e académico da criança, projectando-se em vários contextos, especialmente no contexto casa e escola.

Actualmente a investigação tem tido evidência empírica dos factores genéticos que afectam o desenvolvimento e funções executivas dos lobos pré-frontais do cérebro e que estão na etiologia da PHDA. Ao efectuar a relação entre as estruturas dos lobos pré-frontais do cérebro (biológico), as funções executivas (psicológico) e as deficiências de funcionamento causadas pela PHDA (social) é necessário encarar a Desordem de Hiperactividade e Deficit de Atenção como uma desordem de natureza biopsicossocial.

Se conhece alguma criança que possa sofrer desta patologia não perca tempo e leve-a a um especialista!
ESTUDO

A Perturbação de Hiperactividade e Deficit de Atenção (PHDA) é diagnosticada entre 3% a 7% em crianças em idade escolar. Estas crianças são, frequentemente, tratadas através da medicação, usualmente com estimulantes. A medicação com estimulantes tem se verificado eficaz no tratamento da PHDA, pelo menos a curto prazo. Esta desordem é também tratada utilizando intervenções psicoeducacionais e psicossociais. No entanto, existem vários pacientes que não podem ou preferem não tomar medicação.

Com efeito, Bjornstad & Montgomery (2005) efectuaram uma revisão do estudo “Family Therapy for Attention-deficit desorder or Attention Deficit/Hyperactivity disorder”, com o objectivo de testar a hipótese de que a terapia familiar sem medicação seria capaz de reduzir os sintomas da PHDA, quando comparada com o não tratamento ou o tratamento estandardizado.
Os investigadores encontraram evidencias de que uma baixa dose de estimulantes com uma maior dose de terapia comportamental tem os mesmos efeitos ao nível da redução dos sintomas da PHDA do que uma dose elevada de e
stimulantes. É possível que algumas crianças e famílias, utilizando ao nível do tratamento a terapia familiar de forma rigorosa, consigam alcançar a redução dos sintomas da Perturbação de Hiperactividade e Deficit de Atenção, no entanto, não se pode afirmar que alcancem melhores resultados do que com o tratamento usual numa comunidade.
Parece, deste modo, que a combinação da medicação com a terapia familiar é o método de tratamento mais eficaz nos contextos casa e escola (Edwards, 2002). Com efeito, parece também pertinente associar componentes de diferentes intervenções proporcionando uma estrutura de apoio mais ampla à criança com PHDA.

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