quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sugestão de filme... CRASH

O filme “Crash” chama a atenção para a intolerância racial que existe na América contemporânea mas, acima de tudo, faz-nos reflectir sobre o modo como agimos, pensamos e vivemos em sociedade. Destaca-se a ideia de que o preconceito, o estereotipo, o julgamento apressado e desadequado é uma constante no nosso dia a dia. Este filme leva-nos a todo o momento à introspecção e à eterna descoberta de nos próprios.

Durante trinta e seis horas, a vida de todas as personagens: um politico, um detective, dois polícias, dois ladrões de automóveis, um mexicano serralheiro, que até aqui nada tinham em comum, vão cruzar-se, e é neste entrecruzamento que sobressaem as tensões sociais.

São muitas a cenas que ilustram o quotidiano não apenas da América mas da maioria das culturas industrializadas, uma delas é quando dois amigos de raça negra conversavam acerca dos indivíduos de raça caucasiana e um deles afirma que “eles” são todos preconceituosos, racistas, acham que as pessoas de raça negra são bandidos e perigosos. Verifica-se posteriormente, que esse mesmo indivíduo de raça negra acaba por ser um assaltante, podendo-se compreender que, muitas vezes, existem profecias que se auto-cumprem, isto é, este indivíduo, esta personagem parece comportar-se em conformidade com o que pensa que esperam dele, sendo este um fenómeno que ocorre com frequência na realidade.

Esta película leva-nos a testemunhar como o Homem de hoje se tornou solitário e individualista, consequência de uma conjuntura de factores que tende a tornar as relações humanas cada vez mais impessoais. Mas, ainda assim, o ser humano com todos os seus condicionalismos continua a ser capaz de exercer actos heróicos e em prol dos outros a favor da justiça social...

Vale a pena ver!!!!!!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O que é o Bullying?

O bullying pode ser definido como o fenómeno de vitimização entre pares, caracterizado por uma posição desigual de poder do agente de bullying (bullie) e a vítima, poder esse usado no sentido de abusar da criança física ou psicologicamente, para provocar medo, injúria ou mal-estar na vítima para sua própria gratificação. Esta é uma forma de agressão pró-activa/intencional que assume um carácter repetitivo no tempo e induz um sentimento de inferioridade.
Este fenómeno pode assumir formas directas e explícitas (mais habituais nos rapazes com a finalidade de causar danos físicos), implicando violência física, insultos, destruição de pertences ou roubos, mas também formas mais subtis e indirectas (mais usadas pelas raparigas com o intuito de causar prejuízos psicológicos), que incluem a maledicência, a rejeição social ou o ostracismo.

Apesar de actualmente se falar muito nesta questão, a verdade é que o bullying nem sempre é fácil de detectar. A maioria das vezes ocorre em locais sem supervisão de adultos, tais como recreios, casas de banho, corredores, refeitório, ou imediações da escola. Por outro lado, o facto de muitas vezes os professores ignorarem o problema ou culpabilizarem a vítima, pelo facto de não se conseguir defender, também não ajuda.

As dificuldades em detectar esta vitimização aumentam com a atitude das vítimas que, sentindo-se ela própria incompetente, prefere geralmente ocultar os problemas que enfrenta com os bullies. Muitas vezes a vergonha e o medo de serem consideradas “queixinhas” fazem com que não sejam capazes de verbalizar o problema, e neste sentido é importante que professores e técnicos da escola expliquem às crianças a gravidade do fenómeno do bullying e a importância de relatar os ataques sem por isso serem vistas como “queixinhas”.


Efeitos do bullying:






Os efeitos do bullying sobre o desenvolvimento socioafectivo e o equilíbrio emocional dos alunos vitimizados não se podem desvalorizar, pois as várias investigações levadas a cabo neste domínio revelam-nos que a maioria dos alunos lida dificilmente com este problema, diminuindo a assiduidade às aulas e o rendimento académico, apresentando baixa auto-estima ou sintomas de depressão. No entanto, as consequências negativas deste fenómeno também dizem respeito aos agentes de agressão que correm o risco de futuros comportamentos desviantes ou trajectórias delinquentes.

Formas de ajudar:



Nas últimas décadas elaboraram-se vários programas para prevenir e combater o bullying e a identificação dos alunos em risco constitui uma medida nuclear.


Contudo, para além da atenção particular aos alunos vulneráveis de, nomeadamente em momentos críticos, tal como a transição do 1º para o 2º ciclo, é importante redefinir a política organizacional das escolas, no sentido de implementar regras e normas democráticas que ajudem a promover o respeito pelos direitos de cada um.


Por outro lado, e provavelmente uma medida mais fácil de implementar nas escolas é o reforço da supervisão de adultos (professores ou pessoal auxiliar) nos recreios, balneários, salas de convívio, e outros locais onde é mais fáceis os comportamentos de bullying acontecerem.

A par destas iniciativas, é também necessária uma intervenção junto das vítimas, no sentido de lhes ensinar formas de auto-protecção e de treino de auto-afirmação e desenvolvimento das competências sociais.
É de extrema importância que a criança alvo deste tipo de violência perceba refira a sua ocorrência, peça ajuda, sendo basilar esclarecer a criança sobre a diferença entre relatar um acontecimento grave e a de ser “queixinhas”, sendo que, muitas vezes, as vítimas de bullying não relatam esses acontecimentos com medo de serem percebidas como tal.

É, de igual modo, fundamental que as vitimas não respondam agressivamente e não se mostrem importunadas, dado que um dos objectivos do agressor é criar uma reacção negativa nas suas vítimas e quando o objectivo é alcançado o comportamento é reforçado.

Os educadores devem esclarecer acerca da diferença entre o humor positivo e negativo demarcando uma fronteira logo na sala de aula e divulgando estratégias (falar sobre o comportamento agressivo; pedir ao agressor que pare com esse comportamento; dizer alguma coisa positiva sobre o agressor; etc.) para que as crianças vítimas de agressão consigam resolver e lidar de forma mais eficaz com o problema.

No que se refere a crianças com necessidades especiais estas requerem um apoio específico de forma a ajuda-las a lidarem com o bullying, sendo este um grupo de crianças vulnerável a este tipo de violência. Caso as crianças não consigam combater o problema, pais e educadores devem actuar de forma a exterminar imediatamente esse tipo de comportamento.
É de extrema necessidade que pais e educadores estejam informados acerca do bullying e dos seus sinais, que fomentem a comunicação, dado que frequentemente as suas vítimas permanecem no silêncio, e que tenham a consciência que a solução do problema difere consoante a situação, por vezes será mais eficaz actuar sobre o agressor e por outras terá mais sucesso desenvolver na vítima capacidades de forma a ser ela a resolver o problema.








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Tenho um filho adolescente, como o posso ajudar?

A adolescência pode ser vista como um período de transição, de crise ou mesmo de mudança. Nesta fase, tudo fica diferente… o corpo, as amizades, os sentimentos, as emoções. E tudo aparenta ser um turbilhão. Os pais são muitas vezes encarados, pelos adolescentes, como “incompatíveis” e desafiáveis.

Compete aos pais, com a sua experiência e sabedoria, facilitar o ajustamento a esta mudança e ajudar os filhos a lidarem com o turbilhão de emoções tão característico desta fase da vida.



A Educação tem como objectivo a construção integral da pessoa...
· Como pais, é necessário aceitar a mudança pela qual o seu filho está a passar. Já não é criança mas também não é adulto. E, muitas vezes, o seu comportamento oscila entre uma fase e outra;

· É, assim, essencial uma liberdade vigiada, ainda que se dê oportunidade de experienciar certas vivências, como sair com os amigos, poder ir sozinho para a escola, etc.;

É necessário estar atento e estabelecer limites;
· Deve evitar-se que as normas e limites estabelecidos sejam entendidos como uma imposição e disputa de poder entre o adolescente e os pais. As normas e os limites devem ter por base uma justificação coerente, compreensível e racional para o adolescente.




É importante que os pais sejam capazes de reunir, em doses apropriadas, a firmeza, a vitalidade, a decisão e a força, por um lado, e a ternura, compreensão e alegria comunicativa por outro. Sempre numa interacção perfeita!